Discos essenciais para o Felipe Câmara


Músico, que lança nesta sexta-feira o clipe "Não Queria te Perder" do seu projeto Outono, escolhei grandes clássicos da MPB, pop/rock e do blues.  Foto: Carlos Franco/Divulgação.

Um dos artistas da nova safra da MPB é o nosso convidado dessa vez na seção Discos Essenciais: Felipe Câmara. O cantor, compositor e multi instrumentista, lançou 3 singles durante o Outono, e nessa sexta, apresenta o clipe de "Não Queria te Perder". Confira a lista de respeito de Câmara e, ao final, o vídeo da última canção do EP "Outono".

1 - Cavaleiro Solitário - Gonzaguinha













Talvez o disco que mais escutei na vida. Tem muita importância na minha carreira musical e na decisão de ser músico. Conheci pelo meu pai, ainda criança. Me impacta de forma direta na composição e na forma de cantar. Uma obra prima, gravada ao vivo, por um dos maiores artistas que o Brasil já teve. 

2- Por onde andará Stephen Fry (Zeca Baleiro)













Também conheci pelo meu pai. Fazíamos viagens para o interior de São Paulo ouvindo esse disco. Um dos primeiros em que percebi os arranjos de violão. A junção do nylon com o aço. Me inspira ouvir até hoje. Um grande disco. Poesia pura. 

3- Zona de Fronteira (João Bosco)












O disco que me fez ouvir e amar música brasileira. Arranjos potentes, letras impactantes. Violão emocionante. João é um presente dos deuses ao Brasil. Comprei o vinil num sebo e já riscou de tanto que escutei. Meu disco predileto pra começar os dias.  

4- Gal canta Caymmi (Gal Costa)












Uma explosão de sentimentos. Com músicos como João Donato, Roberto Menescal, Dominguinhos, entre outros, Gal se mostra uma força da natureza. Com repertório de Caymmi eleva muito o patamar do que sentir ao ouvir música. Feche os olhos e saboreie. 

5- Flesh and Blood (John Butler Trio)













Esse disco mudou minha vida. Tomei a decisão de seguir a carreira de músico e deixar a advocacia por ouvir as linhas de violão e amor de John Butler. Me inspirou muito em me dedicar ao violão de aço e suas variantes com seriedade. Passei a estudar as diversas possibilidades de afinações do instrumento por esse disco. Na tentativa de me tornar um John Butler tupiniquim adaptei as afinações abertas e o violão de 12 cordas à viola caipira. Um dia ainda lançarei um disco de viola inspirado em John Butler.   

6-  Chega de Saudade (João Gilberto)













Talvez o maior disco da música popular brasileira. Comprei o vinil numa rara oportunidade. Foi o disco que me fez ficar viciado em comprar vinis e ouvir música pela agulha. Amo demais. João, obrigado!

7- Meus caros amigos (Chico Buarque)













Uma obra primorosa. Desde "o que será" até "Meu caro amigo" é um sopro de esperança e um soco em todo extremismo repressivo que o Brasil já viveu e precisa deixar pro passado. Chico está brilhante, lindamente emocionante. Toda casa brasileira deveria ter esse disco como documento histórico pra não cometer os mesmos erros do passado. Viva Chico! 

8- Ventura (Los Hermanos)













Um disco que marcou minha chegada à idade adulta. Esse disco tem muita importância no resgate da música brasileira e na beleza de uma plateia aficcionada por uma banda independente. Significa esperança fora de um mercado já tão saturado. Ventura é dos discos mais importantes do século XXI. 

9- O som sagrado de Wilson das Neves (Wilson das Neves)













Disco sensacional do maior baterista brasileiro de todos os tempos. Cada detalhe conta. Carrega a história do samba e de seus maiores representantes. Wilson é um mestre de swing e elegância. Esse disco deveria ter mais reconhecimento. 

10- Alucinação (Belchior)













Uma alucinação. Disco que conta as frustrações e paixões de um dos maiores e mais controversos compositores que o Brasil possui. Belchior fez em alucinação o grande disco que todo e qualquer artista gostaria de ter em sua carreira. 

Abaixo, o clipe da última canção do EP "Outono", a faixa "Não Queria te Perder".