Banda curitibana, que acaba de lançar seu novo álbum Make Yourself at Home, escolheu clássicos do punk, hardcore, rock e ska. Foto: Divulgação (Fabiano Piasecki).
Mais uma seção discos essenciais saindo do forno! Dessa vez, temos a escolha da banda Abraskadabra, direto de Curitiba (PR).
Os caras, que acabam de lançar o ótimo álbum Make Yourself at Home (Bad Time Records), estão na ativa desde 2003.
A lista dos caras tem os clássicos do ska/punk, mas traz algumas surpresas (e depoimentos muito, muito bacanas!). Confira abaixo!
Mamão (Trombone):
1) Reel Big Fish - Why Do They Rock So Hard? (1998)
Um álbum nostálgico que me faz lembrar da primeira viagem com a galera para um concurso de bandas: o ônibus fretado só tinha toca-fitas e a única fita era a desse álbum! Fomos e voltamos escutando sem parar! Riffs de metais geniais e contagiantes.
2) Rancid - Indestructible (2003)
Um clássico que nunca sai da playlist. Sempre que toca, os timbres e as melodias desse álbum continuam me fascinando e inspirando.
Du (guitarra e vocal):
1) Millencolin - Life on a Plate (1995)
Provavelmente um dos álbuns que eu mais ouvi na minha adolescência, época que começamos o Abraskadabra. Ali eu vi que a mistura de ska com punk rock melódico era exatamente o que eu queria fazer. Além de ser um cd, na minha opinião, 100%, de cabo a rabo.
2) Rancid - And Out Come the Wolves (1995)
Outro que entra no hall dos mais ouvidos na adolescência. Além de ser uma obra prima do punk/street punk/ska, ele me abriu a cabeça pra bandas com mais de um vocalista, coisa que a gente também acabou fazendo desde a origem do Abraskadabra.
Maka (Bateria):
1) The Aggrolites - Reggae Hit LA (2007)
Tinha escutado algumas músicas, mas durante a pandemia escutei muito para acalmar um pouco a ansiedade.
2) NOFX - So long and Thanks For All the Shoes (1997)
Álbum que mudou meus ouvidos e fez com que eu caísse de cabeça no hardcore e punk rock. Acho que a primeira vez que escutei foi em 2003.
Buga (guitarra e vocal):
1) Green Day – Woodstock 94 & Much More! (1994)
Em meados de 97/98, meu hoje cunhado, na época amigo, me emprestou essa raridade que ele achou na galeria do rock em SP e que simplesmente mudou minha vida para pré e pós esse disco. Eu tinha uns 9 anos de idade e tinha acabado de começar a tocar violão, foi meu primeiro contato intenso com o punk rock, mesmo sem saber bem o que era aquilo, mas sabia que era acessível pra tocar, e depois que escutei fiquei tentando tirar tudo deles e na sequência comprei tudo que tinham lançado.
2) The Beatles – Revolver (1966)
O primeiro foi um disco de formação sinistro pra mim, e esse segundo já foi um disco que me marcou muito na época que ia pra faculdade e o Abraskadabra ficando cada vez mais ativo e presente na minha vida. Conhecia bastante os clássicos Beatles por causa do meu pai desde infância, mas foi com esse que comecei a entender a grandiosidade desses caras, até hoje é meu preferido deles e um dos discos que mais escutei na vida. Pra mim é uma obra prima atrás de outra, melodias e composições maravilhosas de uma banda que estava se achando e aproveitava daquele momento em que tudo é interessante e fresco.
Trosso (Sax, vocal e teclado):
1) Sublime - Sublime (1996)
Sublime foi uma banda que revolucionou sonoramente não só a minha cabeça, como a de pessoas do mundo todo. Tive a sorte de ter um primo mais velho que curtia surfe e skate, e tinha autonomia pra comprar os álbuns que eram importados na época. Nunca vou esquecer da primeira vez que escutei 'Same in the end', eu tinha uns 10 anos, chegando no litoral paranaense, quando meu primo pediu pra trocar o cd da Laura Pausini que minha mãe deixou rolando no resto da viagem. Então, o momento foi esse, quando você para de escutar o que seus pais escutam e começa a formar o seu próprio gosto, sorte minha que foi com Sublime.
2) Against Me! - Transgender Dysphoria Blues (2014)
O álbum Transgender Dysphoria Blues é transcendental, a forma com a qual Laura Jane Grace expressa seus sofrimentos de uma vida inteira nas canções faz com que a audição do trabalho se transforme numa experiência de troca de energia e confidências. Eu estava num momento bem complicado da minha aceitação pessoal como artista, e se não fosse esse álbum eu não teria saído do país e buscado muito mais profundamente as minhas questões sobre o que é importante na vida.
Pera (baixo):
1) Kiss - Greatest Kiss (1997)
No ano 2000, aos meus 5 anos de idade, em uma loja de brinquedos em Balneário Camboriú/SC, vi um boneco inusitado, que vestia armaduras, botas gigantes, cabelo comprido, uma maquiagem assustadora e uma "guitarra". Meus pais, meio confusos, me explicaram que aquele era Gene Simmons, o baixista de uma banda de rock de verdade, chamada "Kiss". Depois de muito insistir e conseguir aquele brinquedo incomum, ganhei também meu primeiro CD na vida: Greatest Kiss. Essa era uma compilação com os maiores clássicos da banda, perfeita pra me introduzir àquele novo mundo. A partir de então, começou a minha obsessão pelo Kiss e minha história com a música.
2) Less Than Jake - GNV FLA (2008)
Até 2007, só o que eu conhecia do Less Than Jake eram duas músicas que tocavam nos jogos do Tony Hawk. Como eu gostava muito delas, resolvi pesquisar mais a respeito e fiquei completamente maravilhado com a discografia da banda. Em 2008, eles lançaram o GNV FLA e, no ano seguinte, vieram ao Brasil na turnê daquele álbum. Foi aí que eu, com 14 anos, peguei um ônibus em Blumenau/SC (aonde moro) pra ir pra Curitiba no primeiro show de ska da minha vida. Além do Less Than Jake, vi o Abraskadabra, que tava abrindo o show, e aí começou a minha relação com a banda. Graças ao GNV FLA, acabamos ficando muito amigos e, hoje, faço parte do Abras!
Abaixo, o novo álbum do Abraskadabra, seguido também da lista de álbuns dos caras (infelizmente, os discos do Green Day e do Less Than Jake não estão no Spotify).