Lyson Gaster no Borogodó reestreia em São Paulo

Nova montagem, que entra em cartaz no Bibi Ferreira em 20 de outubro, tem no elenco a drag queen Alexia Twister e conta com coreografia de Ciro Barcelos (Dzi Croquetes). Foto: Sillas H/Divulgação. 

Estreia no dia 20 de outubro de 2022, no Teatro Bibi Ferreira (SP), a nova montagem de "Lyson Gaster no Borogodó".

A peça homenageia a atriz e cantora nascida na Espanha e criada em Piracicaba, interior de São Paulo, que se consagrou nas décadas de 1920 e 1940. A montagem tem pesquisa de Maria Eugenia de Domenico, coreografias de Ciro Barcelos (Dzi Croquetes)2, dramaturgia de Fábio Brandi Torres, direção e figurinos de Carlos ABC, produção e cenários de Marcos Thadeus e direção musical de Tato Fischer.

Com músicas ao vivo, a cargo de Tato Fischer ao piano e Henrique Vasques no acordeom e cajón, oito atores - Alexia Twister, que vive a protagonista, André Kirmayr, Bruno Parisoto, Fábio Brasile, Felipe Calixto, Felipe Hideky, Marcos Thadeus e Tiago Mateus - interpretam canções como Rua do Ouvidor, A Fantasia, No Rancho Fundo e Luar do Sertão, entre outras, enquanto apresentam cenas da vida da atriz.

Por seu talento e coragem, Lyson foi elogiada por artistas e críticos como Procópio Ferreira, Henriette Morineu, Pedro Bloch, Rachel de Queiroz, Paschoal Carlos Magno, Eva Todor, Mario Lago e Nelson Rodrigues, entre outros.

Piracicabano, o produtor e mestre em teatro Marcos Thadeus alimentava o desejo de montar um espetáculo sobre Lyson Gaster há mais de 20 anos, quando foi apresentado à história da artista pelo diretor Carlos ABC, também piracicabano. Assim, tratou de encomendar a pesquisa para montar "um genuíno musical brasileiro." "É bem provável que o pessoal do teatro musical de hoje nunca tenha ouvido falar em Lyson Gaster". "Para nossa sorte, dedicados pesquisadores do gênero conseguiram recuperar parte da memória cultural brasileira e direcionaram o foco nessa atriz que foi tão importante para a classe artística." Afirma Marcos Thadeus.

Maria Eugenia de Domenico nunca tinha ouvido falar em Lyson Gaster e, pesquisando, ficou impressionada com a relevância da artista no meio cultural da época. Eugenia ressalta a dificuldade de conseguir documentos ao vasculhar um passado completamente esquecido. "Quando se consegue os textos, eles encontram-se em estado precário, ilegíveis pois não foram digitalizados, sendo comidos por traças. Alguns, datilografados, não consegui ler." Eugenia descobriu uma Lyson dramaturga também, que assinou  textos sozinha e com o segundo marido, Alfredo Viviani. "Tivemos sorte e conseguimos um dos últimos textos escritos por ela, A Mimosa Roceira, que tem trecho incluído na peça."

"Ela era a estrela da companhia que tinha o seu nome, às vezes só Companhia Lyson Gaster, às vezes Companhia de Comédia Lyson Gaster", empolga-se Eugenia ao contar a história. "Ela exercia uma liderança absoluta. Era uma companhia grande, eles viajavam o Brasil todo, não só o interior de São Paulo", continua.  

"Imagine, naquela época não havia teatro nas cidades, a companhia montava os espetáculos em cinemas, que geralmente possuíam palcos. Ao lado do segundo marido, ela foi desbravadora, corajosa e sempre foi bem-sucedida, formou os dois filhos (um em Engenharia, outro em Medicina), que moravam em São Paulo com os avós. Foi absolutamente bem-sucedida, empregava as duas irmãs com os maridos e o irmão na companhia, numa composição familiar. Trabalhou por 30 anos, faleceu aos 74 e quando parou de trabalhar, tinha duas casas - uma no Rio de Janeiro, outra em Teresópolis."

FICHA TÉCNICA

Pesquisa e Roteiro: Maria Eugênia De Domenico. Dramaturgia: Fábio Brandi Torres. Direção Artística: Carlos ABC. Direção Musical e Composição: Tato Fischer. Coreografia: Ciro Barcelos. Direção de Produção: Marcos Thadeus. Produção executiva: Nayara Rocha. Assistente de direção: Salete Fracarolli. Cenografia: Marcos Thadeus. Camareiro: Pádua Soares. Figurinos: Carlos ABC. Assessoria de imprensa: Arte Plural. Iluminação: André Lemes.

Sinopse:

A montagem retrata a vida e a obra da atriz Lyson Gaster, nome artístico de Agostinha Belber Pastor, espanhola criada em Piracicaba, que com sua companhia de teatro de revista viajou o Brasil nos anos 20, 30 e 40 apresentando seus espetáculos. A proposta da revista musical é resgatar parte da história cultural do País. Oito atores em cena acompanhados de dois músicos se revezam nos papéis, nas coreografias e nas interpretações musicais.

ELENCO:

Alexia Twister, André Kirmayr, Bruno Parisoto, Fábio Brasile, Felipe Calixto, Felipe Hideky,

Marcos Thadeus, Tiago Mateus.

MÚSICOS:

Henrique Vasques e Tato Fischer.

Serviço:

Lyson Gaster no Borogodó. Nova temporada. De 20/10/22 a 25/11/22 às quintas e sextas 20h30. Teatro Bibi Ferreira. Av. Brigadeiro Luís Antônio, 931 –

Bela Vista, São Paulo - SP, 01317-001 São Paulo. Ingressos: SYMPLA. R$ 30,00 (inteira) e R$ 15,00 (meia). Sessões com libras: 27/10, 28/10, 03/11. Sessão com áudiodescrição: 04/11.