Amigo, se você é daquele que acha que todas as vidas importam e não precisamos do Dia da Consciência Negra, celebrado no dia 20, você pode parar de ler esse texto.
Mas, se você quer entender por quais motivos temos uma dívida enorme com os negros, especialmente aqui no Brasil, veja esses documentários para ontem, por favor (e só listamos três, mas dê uma busca e você vai achar muito mais!).
1 - Justiça em Julgamento (Netflix)
Boston, nos Estados Unidos, talvez seja uma das cidades mais racistas do mundo e, vez ou outra, topamos com algum ato racista da polícia local. Um dos mais emblemáticos é o caso de Sean Ellis, acusado injustamente de ter matado um policial branco em 1993.
O documentário da Netflix, dividido em 8 partes, esmiúça o caso trazendo em detalhes os depoimentos de muitas pessoas envolvidas no caso. Prepare-se para ver de uma tacada só, já que os episódios (com exceção de um ou outro) são eletrizantes e mostram como a corrupção e o corporativismo, aliados ao racismo estrutural, podem acabar com a vida de uma pessoa.
2- Menino 23 - Infâncias Perdidas (YouTube e Globo Play)
Este documentário brasileiro revela, entre outras coisas, como os negros eram - e ainda em grande parte são - considerados mercadoria. Nele, vemos a história de como cinquenta meninos negros foram levados de um orfanato no Rio de Janeiro para uma fazenda no interior de São Paulo.
Lá, passaram a ser identificados por números e foram submetidos ao trabalho escravo por uma família que fazia parte da elite política e econômica do país, e que não escondia sua simpatia pelo ideário nazista. Triste, revoltante, mas necessário para abrir nossos olhos para, de novo, entender como o racismo se enraizou em nosso País.
3 - Olhos que condenam (Netflix)
Essa minissérie talvez seja um dos mais famosas sobre o tema. Mas, se por acaso você ainda não viu, veja! Em 1998, cinco jovens, quatro negros e um latino, foram presos acusados de estuprar e agredir brutalmente uma corredora no Central Park, em Nova York.
Na ocasião, Korey Wise, Kevin Richardson, Yusef Salaam, Antron McCray e Raymond Santana foram coagidos a confessar o crime depois de horas de interrogatório sem a presença de maiores responsáveis ou advogados.
Além da confissão, não havia provas materiais contra nenhum deles — 13 anos depois, um homem chamado Matias Reyes assumiu a autoria do crime, e as acusações contra os rapazes foram retiradas. Observem, mais uma vez, que a polícia, quando quer resolver um crime e dar uma "resposta rápida" para a sociedade, é capaz de fazer coisas inimagináveis.