Sabe aquele artista que você gosta muito e que decide, $em motivo aparente, mudar seu estilo de música e ‘diversificar’ seu repertório? Mudar é bom claro, mas nem sempre o resultado sai como esperado, para não dizer catastrófico.
Chris Cornell – "Scream (2009)"
A capa até engana, fazendo referência ao clássico álbum "London Calling", do The Clash, mas o conteúdo de "Scream", do falecido Chirs Cornell, passa longe do estilo que o consagrou e o resultado é de chorar.
Produzido por Timbaland (pasmem!) caça-níqueis - que nas horas vagas é produtor - "Scream", terceiro trabalho solo de Cornell, não é decepcionante pelo fato de ter sido produzido por um cara que está acostumado a trabalhar com rappers, artistas de R&B e pop, mas sim por falhar no quesito que mais admirava em Cornell: a criatividade.
Cada vez que ouvimos a obra, é nítida a impressão de já ter ouvido aquelas "batidas" em trabalhos de Justin Timberlake. O álbum manchou a carreira de Cornell de uma tal maneira que ele fez o óbvio: voltou com o Soundgarden. Como diz o ditado: há males que vem para o bem.
Decepcione-se com o single "Part of me":
Jewel - "0304 (2003)"
‘Quero ser Diva’. Algumas cantoras colocam essa frase na cabeça e resolvem mudar radicalmente seu estilo musical. Foi o que aconteceu com Jewel.
Depois de álbuns de sucesso considerável, ela ‘despirocou’ e fez um disco totalmente dançante e….péssimo.
Digamos que a cantora tenha tentado fazer o caminho que a Shakira trilhou depois do álbum "Pies descalsos", sem sucesso, já que ela não combina, em nenhum momento, com as faixas do disco. Mas, como sempre acontece, ela se arrependeu e voltou ao ‘folkzinho’ bom de sempre. Ainda bem.
A voz é a mesma, mas a música...quanta diferença.
Alanis Morissette – "Flavors of Entanglement (2008)"
Ela mandou o ex-namorado pastar (e fez várias músicas pra detoná-lo). Depois disso, passou uma temporada na Índia e voltou introspectiva (e fez um álbum bacaninha com essa experiência). Até Deus ela foi – no filme ‘Dogma’, de Kevin Smith.
Aí veio o ano de 2008 e Alanis Morissette resolveu jogar a reputação de ‘menina rebelde’ no lixo e produziu um álbum ‘diferente’.
Não que as pessoas e suas músicas não possam evoluir, mas Flavors of Entanglement" – produzido por Guy Sigsworth, que trabahou com Björk e Madonna, entre outros (as)- não mostra evolução.
Alanis perdeu sua essência num CD chato e com batidas eletrônicas insuportáveis! Há um ou outro respiro no disco, mas não apagam essa pequena lambança na sua bela discografia.
Confira o estrago em "Straitjacket"
U2 - "Pop (1997)"
Esse é o clássico álbum "ame ou deixe-o". Pop foi a incursão mais forte do U2 na música eletrônica, fase iniciada nos trabalhos anteriores "Achtung Baby (1991)"e "Zooropa (1993)".
Os fãs mais "radicais" não acreditavam no que estavam ouvindo, afinal, que sonoridade era essa, tão diferente dos clássicos "Boy (1980)", "October (1981)" e "War (1983), clássicos absolutos do rock com engajamento. Sem contar a fase de "The Unforgettable Fire (1984)", "The Joshua Tree (1987)" e Rattle and Hum (1988)".
Mas a vontade de The Edge (guitarra, vocais e teclado) e Bono Vox (vocais) prevaleceu sobre Adam Clayton (baixo) e Larry Mullen Jr. (bateria) e o resultado foi o controverso álbum, que contava com faixas como "Discoteque" e esse vídeo constrangedor com cenas à la Village People abaixo.
O resultado? Volta ao bom e velho rock no álbum seguinte, "All That You Can't Leave Behind", lançado em 2000.
Metallica - "St. Anger (2003)"
Sim, vou falar mal da minha banda preferida, o Metallica. Apesar de serem conhecidos por mudar a sonoridade ao longo dos anos - especialmente na fase "Black Album"e "Load/Reload", "St. Anger" é considerado o pior trabalho do quarteto.
Fruto de uma "terapia em grupo" (veja o documentário "Some Kind of Monster" e entenderá do que estou falando"), o disco foi duramente criticado por fãs e imprensa por sua sonoridade digamos "diferente".
Ausência de solos, bateria soando como uma lata de goiabada, James Hetfield em reabilitação, ausência de um baixista (Jason Newsted saiu pouco antes da primeira seção de ensaios e o produtor Bob Rock foi escalado para a tarefa) e letras compostas em grupo (algo incomum na banda) foram alguns dos problemas enfrentados pelos caras durante a construção do disco, o que resultou num trabalho para lá de controverso.
E, temos, então, a pior música já composta pelo Metallica, fique com a constrangedora "Invisible Kid".