Distrito 9 é Divertido. Nada Além Disso


Filme dirigido pelo estreante Neill Blomkamp tem boa história, mas cai num marasmo do meio para o final.
Foto: Divulgação.




Com direção e roteiro de Neill Blomkamp - em parceria com Terri Tachell, "Distrito 9", que estreou na última sexta, 16, começa em forma de mockumentary, levando o espectador a ter a falsa impressão de estar vendo um documentário.

A premissa do filme é a seguinte: alienígenas estão presos na terra - especifícamente em Johannesburgo, capital da África do Sul - pois sua nave está inoperante há 20 anos.

Segregados em um espaço que mais parece uma favela paulista, o chamado Distrito 9, os habitantes de outro planeta "sobrevivem" de pequenos furtos e o "tráfico" de armas alienígenas.

Aqui abro um parentêse: as criaturas são muito bem desenvolvidas e convincentes. Só há um problema: a "voz" dos aliens soa, pra mim, extremamente irritante.

Dito isso, voltemos a história. O governo sul-africano, através de sua agência MNU, atendendo a pedidos da população, inicia a desocupação do Distrito 9 (lembrando muito as operações de reintegração de posse em favelas de São Paulo).

Sharlto Copley, estreante e excelente ator (amigo de infância do diretor), interpreta o funcionário exemplar da MNU, Wikus Van De Merwe, recém promovido pelo seu sogro (nepotismo?) a chefe de operações.

Outro parentêse. Quem faz as legendas? Não é posssível atribuir o nome de BOPE ao comando especial que "cuida" dos alienígenas. Essas contextualizações brasileiras... E que saudades quando as letras das legendas eram amarelas. O branco adotado atualmente é de doer.

Quando a equipe de Wikus chega ao Distrito 9, encontra resistência dos aliens e a tensão aumenta quando os agentes matam um "inseto" (e não "camarão" como nas legendas).

Wikus, acidentalmente "inala" uma substância que vai mudando seu DNA. A partir daí, várias situações são enfrentadas pelo protagonista em demonstrações (preconceito, ganância)típicas dos humanos.

Uns falam que "Distrito 9" é sobre o apartheid. Eu acredito que fale mais da intolerância das pessoas.

O fato é que, do meio para o final, o longa se perde e passa a ser "apenas" um filme de ficção científica e não perde em nada, pra mim, para um filme de Michael Bay ou Rolland Emmerich.

Efeitos ótimos e a espetacular interpretação de Sharlto Copley são os destaques. Me diverti, mas não achei o filme -"hypado" em excesso - grande coisa.