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Em tempos de remakes e cinema em 3-D, o filme "Educação" nos presenteia com um enredo datado - baseado nas memórias da jornalista inglesa Lynn Barber -, mas bem desenvolvido pelo escritor Nick Hornby: as dúvidas que pairam sobre a juventude.
Estamos na Inglaterra, início dos anos 1960. Jenny (a ótima Carey Mulligan) é a aluna mais aplicada da escola e candidata a Oxford.
Seu pai (Alfred Molina) faz de tudo para que a filha entre na universidade. Embora haja com certo rigor, o patriarca permite que a menina tenha suas vontades atendidas.
E, para atender a mais um capricho de Jenny (adolescente que acha que está perdendo as coisas boas da vida estudando), ele vai "deixando" a jovem se encantar com o misterioso David (Peter Sarsgaard), seu novo "amigo", quase 15 anos mais velho.
A relação dos dois começa com amizade, mas há algo mais ali, e os dois acabam se envolvendo. E surge o dilema: estudar para "ser alguém na vida" ou se entregar a uma "aventura de verão"?
Com direção de Lone Scherfig, "Educação" é um daqueles filmes que encantam pela simplicidade e por não prometer nada que não possa cumprir.
Há a presença da opressão - na forma da diretora do tradicional colégio (a onipresente Emma Thompson).
Mas há a figura quase materna da professora, interpretada por Olívia Williams, tentando fazer com que Jenny mantenha os pés no chão e os olhos nos livros.
Nick Hornby consegue pôr todo seu humor pop no roteiro, ainda que o filme não seja uma comédia escrachada.
O longa concorre aos Oscar de melhor filme, atriz (para Carey Mulligan, agraciada com o Bafta ) e roteiro adaptado (Hornby). Duvido muito que ganhe a estatueta, mas pouco importa.
"Educação" é uma grata surpresa por nos fazer lembrar que o cinema pode ser simples, mas muito bem feito.