Série mostra uma das melhores versões do herói, mas peca com os vilões. Foto: Divulgação.
O Superman talvez seja um dos poucos heróis que ainda sofre com a "síndrome do ator", já que ainda há muita gente que não consegue descolar o saudoso Christopher Reeve do papel de Homem de Aço, que ele interpretou nos filmes da década de 1980.
Depois dele vieram Dean Cain (As Aventuras de Lois & Clark), Tom Welling (Smallville) e, mais recentemente, Henry Cavill, que chegou bem perto de Reeve em Man of Steel, mas logo foi prejudicado pelas megalomanias de Zack Snyder em Batman Versus Superman e em Liga da Justiça.
Mas, amigos, Tyler Hoechilin é o que melhor interpreta o Azulão atualmente - e confesso que demorei para assisti-lo em ação. Desde sua aparição em episódios esporádicos de Supergirl, Hoechilin caiu nas graças do público com a dose certa de interpretação (o atrapalhado Clark Kent e o imponente e bastião da esperança, Superman).
E isso fica ainda mais claro na primeira temporada de Superman & Lois, encomendada pela Warner graças ao carisma do ator e de Elizabeth Tulloch, que interpreta Lois em uma versão muito próxima de Margot Kidder (fisicamente, inclusive) nos filmes da década de 1980.
A história desse primeiro arco se passa, basicamente, em Smallville, já que Clark é demitido do Planeta Diário e, por ter uma matéria sua editada pelo novo dono do jornal, Lois se demite e o casal, junto de seus dois filhos, Jordan (Alexander Garfin) e Jonathan (Jordan Elsass), se mudam para a cidade após a morte de Martha Kent (Michele Scarabelli).
E é no local em que Clark foi criado é que surgem, além dos perigos que qualquer herói deve encarar, problemas comuns à muitos de nós, como stresse, pressões e complexidades decorrentes do nosso dia a dia, especialmente para quem é pai.
Hoechlin se sai muito bem no papel, trazendo aquele ar de esperança e justiça, tão característicos do Superman.
A série também mostra a chegada de um novo vilão: Morgan Edge (Adam Rayner), que, ao exemplo dos quadrinhos, é um magnata das comunicações que acaba comprando o Planeta Diário - na série, no entanto, ele revela outra identidade (o que poderia ser melhor explicado), vital para o desfecho da primeira temporada.
E é aí que a série dá uma escorregada: apesar de mirabolantes e cheios de conspiração, os planos de Edge para conquistar o mundo são sempre desfeitos com muita "rapidez" e facilidade por Superman e Lois, - exceto pelos dois últimos episódios, que ganham em emoção por colocar - mais uma vez - em xeque a lealdade do kriptoniano com os terráqueos.
No mais, destaque para o elenco de base, formado pelos jovens Alexander Garfin (Jordan) e Jordan Elss (Jonathan) que mostram com boas atuações a dureza que é ser filho de um cara "perfeito". Outra que se destaca é Emmanuelle Chriqui, como Lana Lang, a primeira namorada de Clark e sua melhor amiga.
Segura no papel e sem se dar traços de que ainda nutre sentimentos pelo ex-, a atriz mostra muito bem sua versatilidade como a mãezona de Smalville.
Dylan Walsh entrega um excelente general Sam Lane, sem quase nenhuma compaixão e fazendo o que for necessário para proteger os Estados Unidos.
A segunda temporada deve estrear no ano que vem.
Nota 7
Abaixo, o trailer da 1ª temporada de Superman & Lois.