Dan Brown Perdido


Em seu novo romance, "Símbolo Perdido", autor de "O Código Da Vinci" se perde na história com personagens fracos.

Foto: Divulgação.


Quando "O Código da Vinci" saiu e Dan Brown ficou conhecido no mundo todo, algumas pessoas disseram que o livro, que conta a história de uma suposta linhagem de Jesus Cristo, era uma porcaria. Isso porque eles não leram "O Símbolo Perdido".

Na terceira obra com o personagem Robert Langdon (interpretado no cinema por Tom Hanks), o autor não consegue sustentar uma boa narrativa.

A trama começa quando Langdon, professor simbologista de Harvard, é chamado para dar uma palestra em Washington a pedido de seu amigo, o maçon Peter Solomon.

Chegando na capital americana, o professor descobre que tudo não passa de uma armadilha e que Solomon corre grande perigo por, teoricamente, saber onde estão escondidos os "Antigos Mistérios" da humanidade - capazes de dar superpoderes a quem obtê-los.

Daí é clichê atrás de clichê. Uma personagem feminina, a especialista em ciência noética (seja lá o que isso for) Katharine Solomon, auxilia Langdon em sua busca.

Familiar, não? Pois é, Dan Drown parece que anda assistitindo muitos filmes de Hollywood e sua criatividade, assim com a dos roteiristas, agoniza.

Para ratificar o problema com a criação, temos personagens cheios de atitudes dúbias - a chefe do escritório da CIA, Inoue Sato, é um exemplo -.

O vilão é, mais uma vez, um sujeito excêntrico (para dizer o minímo e não estragar a supresa negativa que o envolve).

Mal´akh dá a Robert Langdon algumas horas para que o professor localize um mapa em troca da vida de seu amigo Peter Solomon.

Langdon, em certas passagens do romance, parece ter esquecido das outras aventuras que viveu e ainda se surpreende com os fatos que o cercam. Santa inocência.

A obra de Brown peca ainda mais quando perde tempo explicando fatos passados como em um flashback de um filme (como disse certa vez Salmon Rushdie, os autores escrevem livros muito comerciais).

Os eventos de "O Símbolo Perdido" acontecem num período de 24 horas. Jack Bauer fazendo escola, pena que em uma trama vazia e desnecessária.

Dan Brown perdeu a mão para escrever. Será que ele também busca a "palavra perdida"? Ele precisa reencontrá-la urgente.