Crítica: Uma Manhã Gloriosa


Clichês, roteiro confuso e atuações sofríveis afundam o filme.
Foto: Divulgação.


Filmes sobre jornalismo são sempre interessantes. Ou deveriam ser. "Todos os Homens do Presidente", "O Jornal", "Fogueira das Vaidades", entre outros, estão na lista dos meus preferidos sobre o tema.

"Uma Manhã Gloriosa", com seu roteiro confuso, passa longe de estar entre os cem melhores filmes do gênero. Se é que podemos considerar essa 'comédia romântica' um longa sobre jornalismo.

Becky Fuller (Rachel McAdams) é uma produtora que vai ter que alavancar um programa decadente em uma rede de TV secundária de Nova Iorque.

Para isso, ela demite o apresentador e convida um antigo e ranzinza jornalista (Harrison Ford, pouco a vontade no papel) para comandar a atração. Reticente, ele demora para entrar no 'clima' das reportagens 'amenas' e bate o pé por matérias sérias e dignas do Pulitzer.

Becky quer, sem sucesso, que o personagem de Ford 'troque ideias' com a apresentadora vivida por Diane Keaton (aqui, um misto de Ana Maria Braga com Ione Borges).

O filme mostra, a partir daí, a velha discussão entre sensacionalismo e informação, insinuando que o primeiro tem que vencer, além de explorar o lado workaholic da protagonista, fato que prejudica seus relacionamentos amorosos (clichê!).

"Uma Manhã Gloriosa" poderia muito bem usar o embate de gerações para discutir o 'novo' e o 'velho' jornalismo, mas a roteirista Aline Brosh McKenna ("O Diabo Veste Prada") derrapa feio ao não deixar claro a intenção do filme.

A história é sobre o jornalismo? Ou é apenas mais uma comédia sobre "o que perdemos ao trabalhar tanto"? Perguntas que o roteiro não responde.

Nota do blog: 5