Autora, que está lançando Andante, escolhe as obras que a influenciaram. Foto: Divulgação.
Hoje é dia de Livros essenciais aqui no CSC. Assim como na seção "coirmã", de discos, a ideia é trazer algumas obras que influenciaram autores.
Dessa vez, Sonia Leal, que acaba de lançar Andante (RG Editores), obra sobre os sentimentos e emoções de Jeremias, personagem principal que tem em sua vida a desconfiança acerca de sua própria sanidade.
Com pequenos contos que ilustram a trajetória de vida do personagem e seus saberes, conflitos e certezas, e leva o leitor a se transportar para as experiências e sentimentos do personagem que fora encarregado, por algum poder altíssimo, da educação do mundo.
1 - O Vento da Noite - de Emily Brontë
Nas Minhas leituras senti a importância das grandes "atmosferas" que que são imagens presas por emoções .Essa imagens se fundem as emoções e não vivem umas sem as outras. São imagens " encarnadas", como a " pele", e os órgãos internos" e a " respiração de um ser vivo. Conheci esses seres fantásticos em varias épocas da minha vida.
O primeiro impacto foi aos 12 anos e aspirei a força e a atmosfera de "O Vento da Noite" de Emily Bronthe: "A meia noite de um verao mole como um fruto maduro..."
2- O Morro dos Ventos Uivantes- Emily Brontë
Na mesma época li " O Morro dos ventos Uivantes" e senti a violência dos sentimentos: " Ele está sempre em minha mente, nao como um prazer porque não sou sempre um prazer para mim mesmo, mas como meu próprio ser."
3 - Aniversário - Álvaro de Campos (Fernando Pessoa)
Com dezessete anos conheci Fernando Pessoa, especificamente Campos, em " Aniversário" e fiquei sabendo como o mundo era, diferente do que meus pais contavam...
4 - Grande Sertão - Veredas - Guimarães Rosa
Aos vinte anos li Guimarães Rosa e percebi que as palavras escorregavam umas de dentro das outras: "O mato cochichavam com palavras polacas."
5 - Doutor Jivago - Boris Pasternak
Com a mesma idade li "O Dr. Jivago" que dava sempre a impressão que acabará de pintar o mundo e que as maos do leitor tinham ainda tinta fresca e restos de folhas e ramos de árvores e neve. "Seguiam, seguiam sempre, quando cessava o canto funebre julgava-se ouvir, como a continua-lo cán- tarem as pernas, os cavalos e o sopro do vento."